PROGRAMA DO CURSO E CONTEÚDO

UFF-UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ICHF-GSO - Curso de graduação
Profª Selene Herculano
Programa do curso, módulos e seu conteúdo;roteiro de exercício de pesquisa

Conteúdo dos módulos 2 a 5



MÉTODOS E TÉCNICAS EM PESQUISA SOCIAL I
Apontamentos para aula – Módulos 2 a 5
UFF/ICHF/GSO – Profª Selene Herculano – 1 sem 2011


O artesanato intelectual (Wright Mills, apêndice de A Imaginação Sociológica[1])
O cientista social exerce um ofício, como o artesão... deve aprender a usar a experiência de sua vida no trabalho: organizar um arquivo, manter um diário onde junte o que está fazendo intelectualmente com o que está experimentando como pessoa... o diário estimulará a captura dos “pensamentos marginais”: idéias que são subprodutos da vida diária, trechos de conversa ouvidos, experiência mais direta... Uma vez anotados, podem levar a um raciocínio mais sistemático... desenvolvendo hábitos de auto-reflexão. Tudo exige notas, temos de adquirir o hábito de tomar notas.

Uma das piores coisas que ocorrem aos cientistas sociais é só sentirem a necessidade de escrever seus “planos” quando vão pedir dinheiro para uma pesquisa científica ou um projeto... um cientista social deve rever periodicamente “o estado de meus problemas e planos”... deverá manter um arquivo especial para seu tema principal... deve ter um intercâmbio, interlúdios de discussão sobre problemas, métodos, teoria.
Mills declarou não gostar de trabalho empírico (se não há pessoal, é uma grande preocupação; se h[a, é uma preocupação aindamaior)... muita pesquisa empírica acaba sendo frágil e desinteressante, é um exercício formal para principiantes.... Quando planejamos um estudo empírico, mesmo que não o realizemos, ele nos leva à pesquisa de novos dados, que apontam para relevâncias  insuspeitadas para nossos problemas... Os projetos empíricos devem ter relevância para o primeiro esboço, devem ser eficientes e claros, dvem ser engenhosos. Fases: 1 – elementos e definições a levar em conta; 2- relações lógicas entre eles; 3- eliminação de falsas opiniões; 4- formulação e reformulação das questões que perduram...
A imaginação sociológica consiste na capacidade de passar de uma perspectiva a outra... é o que diferencia o técnico do cientista social. Evitemos normas rígidas de procedimentos, evitemos a verborragia e o bizantinismo, façamos minúcias sub-históricas, mas estudemos estruturas sociais nas quais os ambientes pequenos estão organizados e compreendamos a influência mútua.Biografia e história se cruzam
Como estimular a imaginação sociológica:
1-   Rearrumar o arquivo, o diário
2-   Procurar sinônimos para nossas palavras-chave a fim de ver a extensão das conotações e elevar o nível da generalidade
3-   Fazer novas classificações, classificações cruzadas
4-   Considerar os extremos, pensar os opostos... Se refletimos sobre o desespero, pensar na tranquilidade... Usar vários pontos de vista
5-   Inverter o senso de proporção... se algo parece pequeno, imaginar que é enorme... questionar os estatísticos (conhecer o universo pela amostragem)
6-   Buscar percepção comparada – casos comparáveis, em outra civilização ou período histórico, nos dão a chave
7-   Perceber a distinção entre tema e tópico (ao redigir um livro): tema é uma idéia, um conceito, tópico é um assunto, capítulo ou parte de um capítulo...A ordem na qual os nossos tópicos é disposta nos leva ao reino dos temas... os temas insistem em aparecer em todos os tópicos, geralmente nos parágrafos mais densos, confusos e mal-escritos dos nossos manuscritos. Devemos isolá-los e formulá-los com a maior clareza e brevidade possível...indagaremos de cada tópico: como é afetado por este tema? Há livro que não tem temas, são fileira de tópicos cercados por introduções metodológicas... introduções teóricas à teoria... Tais introduções são indispensáveis ao preparo de livros por homens sem idéias... Aí fica indispensável a falta de inteligibilidade. A fala empolada não é necessária. Em círculos acadêmicos quem escreve de forma inteligível é condenado como simples literato ou como simples jornalista... daí o vocabulário complicado e a forma prolixa. Alguns dizem que as palavras da linguagem comum estão carregadas de sentimentos e valores e seria melhor evitá-las em favor de termos técnicos, mas eles também podem estar carregados. Temos de superar a pose acadêmica. O sociologês não tem relação com complexidade do pensamento, ele é usado para pretensões acadêmicas. È como dizer ao leitor:”sei de alguma coisa tão difícil que vc só poderá compreendê-la se aprender primeiro minha linguagem difícil. Enquanto isso, vc é um mero jornalista, um leigo...”


[1] MILLS, Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

Módulo 2 - Métodos quantitativos: surveys, enquetes, pesquisas eleitorais e de opinião. Construção de hipóteses, escolha de variáveis, definição de categorias. Tipos de amostragem. Elaboração de questionários. Exemplos de pesquisas quantitativas
O método quantitativo se propõe a ganhar um conhecimento da realidade social através da freqüência estatística de aspectos diversos que são transformados em variáveis mensuráveis, buscando também avaliar o grau de correlação entre elas. Pode ser na forma de censo (um inventário de todo o universo em um dado momento, como por exemplo o censo da população brasileira em 2010) ou na forma de pesquisa por amostragem.
Após escolhermos um tema e local, devemos iniciar um projeto de pesquisa quantitativa por uma definição de conceitos relacionados e uma categorização das variáveis. Por exemplo: se quisermos pesquisar a qualidade de vida da população favelada da cidade de Niterói, devemos:
·         Conceituar o que será considerado favela e seus limites físicos
·         Escolher se pesquisaremos todo o universo de favelas existentes – um censo -ou se trabalharemos com amostragem
·         Nas favelas escolhidas, decidir se aplicaremos questionários a toda a sua população, fazendo uma pesquisa censitária, ou se também trabalharemos com uma amostra e de que tipo.
·         Definir o que é qualidade de vida e quais as suas variáveis. Por exemplo: se qualidade de vida é viver por muitos anos, ter boa escolaridade, renda confortável, ter acesso a bens culturais, acesso á saúde, viver em casa confortável, viver em ambiente sem poluição, ter lazer em paisagens bonitas e ambientes amenos etc... como transformo cada um desses aspectos em um item ou conjunto de itens mensuráveis?
Poderia ser assim:
·         Longevidade: perguntar a idade das pessoas e traçar uma distribuição por faixa etárea; pesquisar em cartório os óbitos do local estudado
·         Escolaridade: ter o segundo grau completo, para os maiores de 15 anos
·         Renda: partindo da definição do DIEESE do que deveria ser o salário mínimo (cerca de 4 vezes o atual), poderíamos definir uma renda módica confortável como entre R$ 2 mil e R$ 3 mil reais. Deveremos decidir se trabalharemos com a renda individual ou a familiar. Se escolhermos a renda do chefe da família, teremos de conceituar o que é grupo familiar e quem é considerado seu chefe. Para facilidade de tabulação posterior, poderemos fazer a pergunta fechada, por faixa de renda. Porém, se intuimos que a realidade pode ser a de renda ser mais baixa ou mais alta do que aquela que conceituamos como “confortável”, devemos abrir categorias para isso.
·         Viver em casa confortável: conceituar o que é isto: ter luz, água encanada, banheiro completo, ar condicionado, Tv , geladeira e computador, ter ar condicionado. Perguntaremos ou iremos à casa do entrevistado para avaliarmos? Como mensuraremos após? Digamos que ter tudo isso é ser confortável e vale 1 e que não ter nada disso é não ser confortável e vale 0. Como iremos mensurar o que aparecerá entre o mínimo e o máximo?
·         Acesso a bens culturais: presença de cinema, teatro, centro cultural, quadra de esportes, museus, cursos de línguas, de música e dança  nas imediações  e sua freqüência a estes; ter escolas na vizinhança...
·         Acesso à saúde: postos de saúde e hospitais públicos na vizinhança
·         Viver sem poluição: viver em ambiente com esgotamento sanitário, coleta de lixo, sem a vizinhança de fontes emissoras, etc. Ou perguntamos aos entrevistados, ou mapeamos a área.
·         Lazer: definir. Se não temos muita idéia, podemos optar por respostas abertas.
·         Uma pesquisa quantitativa pode também avaliar, transformando em itens mensuráveis, opiniões e percepções dos entrevistados, atribuindo-lhes um grau que depois será disposto em uma escala. Por exemplo:
·         Grau de satisfação com o local onde mora: muito satisfeito, mais ou menos, muito insatisfeito.
·         Grau de satisfação com os serviços de saúde disponíveis; com as escolas, etc.
·         Como a aplicação de questionários tem custos, é bom incluirmos variáveis que possam ser úteis para outras perguntas correlatas e que possibilitem cruzar variáveis, como, por exemplo, sexo da pessoa considerada chefe da família. Número de filhos por mulher em idade fértil. Aliás, partindo da premissa de que a qualidade de vida local se mensura mais facilmente pela qualidade de vida das mulheres do local, poderemos dirigir nosso questionário especificamente a elas.
O número e conteúdo das perguntas ficam em aberto, depende da imaginação e curiosidade do pesquisador, de seu orçamento financeiro e de tempo e da disponibilidade da pessoa entrevistada.
A amostragem neste caso em pauta: como escolher favelas que sejam representativas do universo de favelas da cidade? E em cada uma, como escolher sua amostragem?
As hipóteses ajudam nisso.
Hipóteses são um conhecimento provisório, uma verdade a ser testada. Por exemplo:
Há diferença de qualidade de vida entre favelas existentes nas zonas ricas da cidade e nas zonas mais pobres
Há diferença de qualidade de vida dentro das favelas, que tem cada uma sua estratificação sócio-espacial.
Há diferença de qualidade de vida entre favelas mais antigas e as mais recentes.
Para averiguar a primeira hipótese, devo escolher uma amostra que inclua favelas de bairros ricos e favelas de bairros pobres; para averigüar a segunda, devo partir de uma cartografia da favela, escolhendo casas de seus diferentes pontos, para averiguar a terceira  devo incluir na amostragem os dois tipos...
HIPÓTESES:
Hipóteses são afirmações provisórias que orientam a coleta de dados buscando nexo causal entre fenômenos. “São nossas representações confrontadas com a realidade” (Blumer, apud H. Becker). Podem afirmar simplemente (negros tem menor escolaridade ou se negros, então menor escolaridade, ou se com menor escolaridade, então negros); podem se referir a freqüências (40% dos fumantes têm câncer). Podem propor respostas a perguntas, como por exemplo sobre quais seriam os condicionantes que fazem com que as mães entreguem seus filhos para adoção (LAKATOS & MARCONI) H1: pobreza; H2: desorganização familiar; H3: moral/vergonha, etc... (Para cada hipótese deve haver uma variável ou conjunto delas).
Hipóteses são afirmações simples, de uma única oração; são afirmativas, inda que em forma negativada, por exemplo: “no Brasil, ricos não vão para a cadeia”.
Em estatística há o teste do Qui-quadrado para testar o grau de correlação entre  variáveis.
A hipótese nula: H zero afirma uma hipótese que o pesquisador acredita não ser verdadeira, por exemplo: não há sentido – explicação – para o costume de se fumar maconha (Becker), pois seria totalmente aleatório. Ou não há relação entre renda e uso de transporte coletivo urbano.
VARIÁVEIS: são conceitos operacionais para testar hipóteses. Compõem-se de nome (religião); conceito (crença em Deus; freqüência a igrejas etc.); sistema classificatório ou conjunto de categorias (católico, protestante, umbandista, budista, ecumênico, outra); um processo que permita sua ordenação (religioso praticante; socialmente religoso; sem religião; ateu).
VARIÁVEL FATOR DE TESTE (LAKATOS & MARCONI): é a variável que é introduzida para aumentar a compreensão da relação entre 2 variáveis.Por exemplo: Hipótese: pobres são mais religiosos. Suas variáveis são: renda (por categorias); práticas religiosas corretas (ir à igreja). Para evitar um resultado meramente descritivo, introduz-se o fator de teste, por exemplo, escolaridade: se não fosse a escolaridade, não haveria relação entre renda e prática religiosa.
VARIÁVEIS EM BLOCO (LAKATOS & MARCONI) ou CLUSTERS: por exemplo, o conceito de classe social (variáveis ocupação, renda, educação, família, bairro etc.); o conceito de personalidade autoritária (convencionalismo, visão hierárquica do mundo, agressividade, rigidez de pensamento, idealização de ancestraIs, estereotipia, sexismo, homofobia etc.). Neste último exemplo, elas podem ser avaliadas através de grau de concordância com conjunto de frases propostas em questionário. Theodor Adorno assim o fez em seu estudo sobre a Personalidade Autoritária na cultura alemã, aplicando-o em estudantes.

AMOSTRAGEM:
Uma amostra, por definição, deve ser representativa do todo, caso contrário compromete toda a pesquisa. As amostragens podem ser aleatórias (pessoas na rua, por exemplo; escolha por dados, como números de telefones); podem ser probabilísticas, estratificadas. Se uma cidade tem 12% de pessoas analfabetas, uma amostragem da cidade deveria ser composta por 12% de analfabetos, por exemplo. Uma amostragem poder ser cartográfica, baseada em mapas: entrevistas de 10 em 10 casas das ruas centrais e periféricas de um bairro.

UM EXEMPLO DE PESQUISA QUANTITATIVA: AS PNADS DO IBGE:
As PNADs – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, feitas pelo IBGE, são um bom exemplo de pesquisa por amostragem. Realizadas desde 1967, as PNADs tem um corpo básico, com perguntas permanentes, sobre:
a) características de habitação entre as quais se destacam por seu
interesse aquelas que dizem respeito as condições de infra-estrutura
de saneamento - água e esgoto, indicadores importantes nos estudos
de mortalidade infantil;
b)características dos moradores: sexo, idade, condição na família e no
domicílio, alfabetização, nível de instrução (grau de série
freqüentadas, condição de atividade, rendimento;
c) características de mão-de-obra: ocupação exercida, setor de atividade,
posição na ocupação, carteira de trabalho assinada,
rendimento, horas trabalhadas por semana, vinculação a previdência,
procura de trabalho, trabalho anterior, características do ultimo
trabalho remunerado, características do ultimo
emprego[1].


Em 2010 o IBGE divulgou sua Síntese de Indicadores 2009, onde faz um apanhado dos 42 anos de realização das PNADs (de 1967 a 2009):
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD investiga anualmente, de forma permanente, características gerais da população, de educação, trabalho, rendimento e habitação e outras, com periodicidade variável, de acordo com as necessidades de informação para o País, como as características sobre migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, segurança alimentar, entre outros temas. O levantamento dessas estatísticas constitui, ao longo dos 42 anos de realização da pesquisa, um importante instrumento para formulação, validação e avaliação de políticas orientadas para o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria das condições de vida no Brasil. Com esta publicação, o IBGE traz a público uma síntese dos principais indicadores da PNAD em variados períodos. Além de indicadores socioeconômicos para o Brasil e as Grandes Regiões e de indicadores básicos para as Unidades da Federação, referentes a 2008 e 2009, a publicação divulga, também, séries de rendimento para o período de 2004 a 2009, refletindo a abrangência geográfica completa do País alcançada pela pesquisa em 2004, bem como as séries de 1999 a 2009, cujas estatísticas para o período de 2004 a 2009 foram construídas para a cobertura geográfica vigente até 2003. Esses resultados contemplam os temas básicos investigados – Dados gerais; Migração; Educação; Trabalho; Famílias; Domicílios; Rendimento; e Acesso à Internet e posse de telefone celular – e são acompanhados de comentários. Os textos analíticos têm como base comparativa indicadores de 2004 a 2009, anos em que a pesquisa foi realizada em todo Território Nacional, sendo efetuados, também, alguns comentários a partir de 1992, com os dados harmonizados, ou seja, com abrangência geográfica que exclui a região rural dos Estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. A publicação inclui, ainda, notas técnicas em que se destacam os conceitos e definições utilizados na pesquisa, considerações de natureza metodológica que permitem conhecer os principais aspectos de sua evolução histórica, e o plano de amostragem.”
Segundo suas Notas Técnicas, para a elaboração da PNAD 2009, “foram pesquisadas 399 387 pessoas e 153 837 unidades domiciliares distribuídas por todas as Unidades da Federação. A PNAD é realizada por meio de uma amostra probabilística de domicílios obtida em três estágios de seleção: unidades primárias - municípios; unidades secundárias - setores censitários; e unidades terciárias - unidades domiciliares (domicílios particulares e unidades de habitação em domicílios coletivos)”.
“Processo de seleção da amostra
No primeiro estágio, as unidades (municípios) foram classificadas em duas
categorias: autorrepresentativas (probabilidade 1 de pertencer à amostra) e não
autorrepresentativas. Os municípios pertencentes à segunda categoria passaram por um
processo de estratifi cação e, em cada estrato, foram selecionados com reposição e com
probabilidade proporcional à população residente obtida no Censo Demográfico 2000.
No segundo estágio, as unidades (setores censitários) foram selecionadas, em cada
município da amostra, também com probabilidade proporcional e com reposição, sendo
utilizado o número de unidades domiciliares existentes por ocasião do Censo Demográfi co
2000 como medida de tamanho.
No último estágio, foram selecionados, com equiprobabilidade, em cada setor
censitário da amostra, os domicílios particulares e as unidades de habitação em domicílios
coletivos, para investigação das características dos moradores e da habitação.”

EXERCÍCIO:

Tente esboçar um projeto de pesquisa quantitativa e um questionário para uma das seguintes hipóteses (imagine onde pesquisaria, como definiria sua amostragem, quais seriam as variáveis e suas categorias etc.). Tenha em mente que vc quer fazer uma pesquisa fidedigna e que vai evitar amostras viciadas e espúrias, dados em viés etc. (Os jornais estão cheios de pesquisas mal-feitas, onde se afirma o que se quer, sob o manto da “pesquisa científica” que não explicita  todavia a sua metodologia. Evite isso):

1.    No Brasil ricos não vão para a cadeia.
2.    As mulheres são mais agressivas do que os homens.
3.    As pessoas menos escolarizadas são mais religiosas.
4.    Atividades profissionais informais dão mais renda do que as formais.
5.    Mulheres ganham menos que os homens no trabalho.
6.    Homens gays são mais ricos do que os heteros.
7.   Os ricos são mais ambientalistas do que os pobres.


Módulo 3: Métodos qualitativos – pesquisa de campo, etnografia, observação-participante, histórias de vida, história oral. Entrevistas semi-estruturadas e abertas, Exemplos de pesquisas qualitativas.

Os métodos de pesquisa social qualitativos são aplicados para estudar especificidades de um fenômeno; são idiográficos, isto é, estuda casos singulares, sem a pretensão de encontrar relação entre variáveis ou produzir generalizações. Estão mais ligados a um processo dedutivo de análise e à intenção de descobrir novos rumos. São usados como um intróito ou piloto para uma pesquisa quantitativa posterior, tendo como alvo final elaborar hipóteses para ela. São mais empregados na Antropologia e na Psicologia Social.
Os métodos qualitativos não enunciam hipóteses porque não trabalham com variáveis mensuráveis. Os métodos qualitativos respondem ao “como” e não ao “por que”. Seus resultados costumam assumir a forma final de estudos de casos (isolados ou comparativos, sobre grupos ou comunidades, etnografias) e estudos exploratórios (sobre um tema, como por exemplo, novos arranjos familiares, novas tribos urbanas).
Haguette[2] identificou os seguintes métodos qualitativos:
1.    Observação-participante
2.    Pesquisa-participante
3.    História de vida
4.    História oral
5.    Entrevista
6.    Pesquisa-ação

A observação-participante, como Wallerstein comentou, veio da Antropologia, sobre estudos de comunidades, quando um observador se torna parte do contexto, revelado ou encoberto. O observador insere-se por um dado tempo em um grupo que lhe é estranho, para estudar-lhe os costumes e práticas, contingências de vida, valores , linguagem, etc., e descrevê-los em estudos de caráter etnográficos. Exs.: indigenistas; Brazilianistas estadounidenses fazendo pesquisas de campo em favelas brasileiras, em seitas de candomblé baianas; pesquisadores tornando-se operários fabris temporários. Gilberto Velho observou grupos de jovens viciados, o que resultou em sua tese de doutorado Nobres e Anjos. Há exemplos de trabalhos excelentes e que figuram entre a melhor literatura sociológica.
A pesquisa-participante envolve o povo ou comunidade em um processo de pesquisa que usualmente busca mudanças e melhoria de vida dos envolvidos. Não há separação entre sujeito e objeto da pesquisa. Ex.: estudos sobre desenvolvimento  local
A história de vida é a reconstrução de trajetórias de vida e suas circunstâncias sociais, culturais, econômicas, de grupos ou de pessoas que ilustram um tema social mais abrangente (migrantes, condição feminina, crises econômicas, por exemplo).  Retrata as experiências vivenciadas por pessoas, grupos ou organizações (BNI & QUARESMA). O estudo de histórias de vida mais referente nas ciências sociais é o estudo de Thomas e Znaniecki sobre The Polish Peasant in Europe and in America, baseado em cartas, depoimentos de poloneses migrantes para Chicago, com dados levantados entre 1908 e 1913. Podemos considerar também o estudo de Norbert Elias sobre Mozart; entre nós, o estudo de Branca Moreira Alves sobre a feminista Berta Lutz.
A história oral diz respeito a memórias sobre fatos, eventos, história urbana, artes, política, reconstruídos pelo ângulo de percepção seja da experiência direta de envolvidos, seja por pessoas comuns, anônimas. São testemunhos e depoimentos gravados. O CPDOc da FGV aplica a metodologia; o museu da Imagem e do Som também.
A entrevista: embora logicamente faça parte dos métodos anteriores, na interação entre observador e o observado, a entrevista é aqui lembrada como um item específico mais em função de percalços a serem evitados, tais como a quebra de espontaneidade do entrevistado; a uma construção autoritária, verticalizada da relação entrevistador-entrevistado, ao desejo de agradar. As entrevistas podem ser estruturadas, seguindo a aplicação de um questionário previa e totalmente estruturado, como nos censos. As entrevistas semi-estruturadas ou abertas seguem um roteiro ou questionário aberto e são usadas para detalhamento de questões e para finalidades exploratórias, no contexto de uma conversação informal. Os pontos cruciais a serem observados é o local, o tempo disponível e a sensibilidade do entrevistador para se abrir ao inesperado, sem prender-se demasiado ao seu roteiro. Entrevistas podem ser dadas a um grupo de entrevistadores e podem também ter um grupo de pessoas entrevistadas em conjunto.
Boni & Quaresma[3] apontam as seguintes formas de entrevista: estruturada, semi-estruturada, aberta, com grupos focais, história de vida e entrevista projetiva, sendo esta última centrada em técnicas visuais – cartões, filmes, fotos. As entrevistas com grupos focais estimula os participantes a discutir um assunto, debatendo abertamente um tema com a presença de um moderador.
A pesquisa-ação é um método que nos chegou da psicologia social (Kurt Lewin, 1940) e diz respeito a vivenciar uma situação para diagnosticar e resolver problemas. Não se limita a coletar dados, a contactar uma realidade, mas a modificar o meio em que se está. A psicologia a usa para compreender o sentido do comportamento, a administração para corrigir procedimentos. Nas palavras de Krafta et alli[4]:“a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1997). A pesquisa-ação é um método de condução de pesquisa aplicada, orientada para elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções”[5].
Thiollent divide o processo de pesquisa-ação em quatro etapas principais: fase exploratória, fase principal, fase de ação e fase de avaliação. Na Fase Exploratória busca-se  um primeiro diagnóstico via entrevistas com pessoas-chave e conhecimento de documentação disponível. A Fase Principal (Planejamento) é composta por um grande conjunto de entrevistas individuais e coletivas ou questionários aplicados a pessoas-chaves da organização, que irão expor suas reclamações, constatações e sugestões a respeito do assunto em pauta. As informações coletadas servirão como base para a realização de seminários em grupo, onde soluções para o assunto em pauta são propostas e passa-se para a Fase de Ação, com difusão de resultados, definição de objetivos alcançáveis por meio de ações concretas, apresentação de propostas a serem negociadas entre as partes interessadas e implementação de ações-piloto. A etapa final é a Fase de Avaliação, que visa verificar os resultados das ações tomadas.

As metodologias qualitativas se afinam com as escolas das microssociologias (Interacionismo Simbólico de H.Blumer, C. Cooley e G.H.Mead; Etnometodologia de Garfinkel; a Dramaturgia Cotidiana de Irving Goffman) e que giram em torno das representações e interpretações, fingimentos, entendimentos tácitos das interações face a face.

Módulo 4: Misturando técnicas: a contribuição metodológica da Escola de Chicago: cartografia social. O macro através do micro: o exemplo de Bourdieu. A pesquisa-ação
A Escola de Chicago[6] surgiu nos primeiros anos do século XX, no Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade de Chicago, e foi muito fecunda durante a primeira metade do século XX. Elegeu a cidade de Chicago como um laboratório sociológico e participou de diagnósticos e projetos da municipalidade para enfrentar  distúrbios urbanos, estratificação espacial, violências, tensões raciais em uma cidade industrial que teve um crescimento agudo em poucas décadas e se tornara o destino de migrantes e imigrantes europeus.
A Escola de Chicago entrou em descenso na literatura das ciências sociais quando despontaram estudos marxistas no campo da sociologia urbana e que criticavam na Escola de Chicago a falta de uma perspectiva mais crítica, que partisse do conceito  e do fato de ser Chicago uma cidade capitalista. Mais recentemente foi revisitada pelos cientistas sociais franceses, por Bourdieu e por brasileiros contemporâneos que estudam a violência urbana[7]. É revalorizada também como exemplo dos primeiros estudos de ecologia humana, uma vez que olhavam forças sociais e cultura na sua relação com o espaço físico da cidade – as regiões morais, segundo Ezra Park.
Seus estudos foram muito criativos, mostrando uma mistura de métodos: cartografia, observação-participante, estudos estatísticos de ocorrências espacializadas, entrevistas. Segue-se uma lista com alguns desses estudos:
·         Street Corner Society, de William Foote Whyte, sobre a estrutura social em uma favela de migrantes italianos em um subúrbio de Boston(1943);
·         O homem marginal, de Ezra Park, sobre migrantes e negros (1928);
·         As gangues de Chicago, de Fred Thrasher (1923);
·         Ecologia da delinqüência e do crime (comparando Chicago, Filadelfia, Boston, Cincinnati, Cleveland e Richmond), de C, Shaw et alli, em 1942;
·         The Loop, de Fred Thrascher, sobre a localização dos estratos urbanos no centro decadente de Chicago (1923);
·         Estudos de Ezra Park sobre rivalidade e território, sobre a estigmatização dos japoneses (The Japanese Exclusion Act de 1924);
·         Pesquisa sobre o Ladrão Profissional como uma instituição social, de Edwin Sutherland (1937)
·         Pesquisa sobre  o American Soldier, de Stauffer, sobre adaptação à vida no exército (1949)
·         Estudos de Ernest Burgess sbre grupos étnicos e território, sobre dinâmica de invasão-sucessão nos bairros de Chicago;
·         Estudos de John Landesco sobre o crime organizado, o gangster e as guerras de gangsters (1929), etc.
BOURDIEU E A MISÉRIA DO MUNDO
Um dos autores que resgatou a Escola de Chicago e se inspirou parcialmente nela foi o socólogo francês Pierre Bourdieu. Bourdieu se autodefiniu como um herético, alguém que juntava o que era tido como antagônico, como por exemplo, a análise das estruturas sociais e dos aspectos micros, dos hábitos das pessoas que as reconstroem e as sofrem. No livro A miséria do mundo[8], ele e sua equipe fazem entrevistas com moradores migrantes e imigrantes, os pobres da periferia de Paris, buscando depoimentos “sobre a existência e a dificuldade de viver”, fazendo “aparecer os lugares difíceis” para “substituir imagens simplistas”. Bourdieu fala da inércia das estruturas sociais, inertes porque estão inscritas em um espaço físico e da tentativa de se escapar delas pelo desenraízamento, o que tem aspectos trágicos, porque elas acompanham os imigrantes e são fortalecidas pelas estruturas neoliberais mundiais e excludentes. Ele enfatiza a representatividade do caso (os casos miúdos entrevistados) para fazer pensar nas grandes estruturas econômicas neoliberais e no mal que trazem. Como diz textualmente, trata-se de revelar as estruturas nas conversas conjunturais, sobre o cotidiano e sobre as trajetórias de vida. É como se os habitantes da periferia parisiense fossem uma amostra da miséria do mundo: o livro enfoca permanentes e temporários; a demissão do Estado; o velho operário e a nova fábrica; os executivos desempregados; os imigrantes árabes; os estudantes dos subúrbios pobres; os excluídos vindos do interior da França; os zeladores dos conjuntos habitacionais; os imigrantes portugueses; a mulher jovem árabe; os velhos.
Como também tem o cuidado de sublinhar, os casos e entrevistas sozinhos não bastariam, pois para vê-los, para ser sensível a eles, é preciso um conhecimento prévio da realidade que a pesquisa faz surgir. O método faz “revelar as coisas enterradas nas pessoas que as vivem e que não as conhecem e ao mesmo tempo as conhecem melhor do que ninguém” (1998, p 702). Bourdieu se detém também sobre aspectos técnicos da entrevista, que é um processo onde também, segundo ele, estão presentes o  fingimento duplo, a violência simbólica, censura, a auto-análise.

Bourdieu (Sobre a Televisão) defende o campo erudito e a torre de marfim do cientista social em relação ao campo da indústria cultural, da produção cultural, da construção das notícias e programas das TVs, onde reina uma exposição narcísica dos intelectuais que são bem-vistos pelos jornalistas. A TV exerce uma forma particularmente perniciosa de violência simbólica e a Sociologia tem por função desvelar coisas ocultas...  A tv usa os “fatos-ônibus”, que não envolvem disputa, não tocam em nada importante... o tempo é para dizer coisas fúteis, há um vazio escolhido, um mostrar ocultando...Jornalistas interessam-se pelo excepcional, ao extraordinário ordinário... a revolta no subúrbio, mas não a visão cotidiana de um subúrbio em sua monotonia e seus tons cinzentos... Nada mais difícil do que fazer sentir a realidade em sua banalidade. Os intelectuais devem ficar como “funcionários da humanidade” (Husserl), pagos pelo Estado para descobrir as coisas. Nas TVs o assunto é imposto, o tempo é limitado, há pressão econômica e um controle político através de nomeações para os dirigentes dos programas... Os jornalistas também são manipulados tanto quanto manipuladores, disputam uns com os outros o índice de audiência, o sucesso comercial, pensam por idéias feitas, aceitas por todo o mundo... um fast food cultural onde há falantes obrigatórios, intelectuais-jornalistas que adotam formas da produção cultural, entre  esoterismo universitário e o exoterismo jornalístico.
Em “A Opinião Pública não existe” (Questões de Sociologia) Bourdieu analisa o funcionamento e funções das pesquisas de opinião e critica seus três falsos postulados: 1 – que a produção de opinião esteja ao alcance de todos; 2 – que todas as opiniões tem valor; 3- que há consenso sobre as questões colocadas.
As críticas às pesquisas costumam ser quanto à amostragem e  a vieses. Bourdieu vai criticar outros pontos:
Há operações para produzir efeito de consenso:
·         Ignorar as não-respostas
·         Na verdade, não existem problemas-ônibus
·         As pesquisas colocam pessoas respondendo sobre coisas sobre as quais não se perguntaram antes... há uma imposição de uma problemática... ter oinião não é ter interesse no problema
·         Respostas éticas são transformadas em respostas políticas
·         Responder a uma pergunta política depende de constituí-la enquanto política
·         As situações em que as opiniões são colhidas é artificial
·         As pessoas se encontram diante de opiniões constituídas e sustentadas por grupos, donde ela escolhe entre grupos

Módulo 5: o Método Indiciário

O nome já o diz: conhecer o todo por indícios, pistas. Como Sherlock Holmes desvendando toda a história de um crime a partir de um fio de cabelo ou de uma caixinha de música, ou de paleontólogos imaginando o bicho pré-histórico inteiro a partir de uns poucos ossos encontrados.
O historiador Carlo Ginzburgo[1] estudou como, no final do século XIX “emergiu silenciosamente nas ciências sociais um modelo epistemológico, um paradigma, ainda não teorizado” e que ele chamou de paradigma indiciário, que nos livraria da contraposição entre racionalismo e irracionalismo. Ele começou se referindo a artigos sobre pintura feitos por Giovanni Morelli (inicialmente sob um pseudônimo russo) propondo um novo método para conferir a autenticidade de quadros antigos. O método consistia em examinar nos quadros os detalhes mais negligenciáveis (lóbulos das orelhas, formato dos pés), catalogando esses detalhes, mapeando os traços individuais nas obras dos pintores para cotejar originais e cópias. Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, teria usado este método do conhecedor de arte, assim afirmou Castelnuovo, autor citado por Ginzburgo, exemplificando com o conto A caixa de papelão, onde uma senhorita recebe orelhas cortadas enviadas pelo correio. Holmes, sabendo que cada orelha tem características próprias e que aquelas guardavam similaridade com as da senhorita, deduz que haveria parentesco entre a moça e a vítima.
Freud teria lido os textos de Morelli, pois tinha seus livros em sua biblioteca, e aplicou sua técnica ao fazer interpretações de sonhos de seus pacientes, centrando sua atenção nos dados marginais, nos resíduos reveladores contidos nos sonhos narrados.
Morelli, Freud, Holmes tiveram o talento e a perspicácia de prestar atenção em “pistas infinitesimais” (signos pictóricos, sintomas, indícios) para “captar uma realidade mais profunda e que de outra forma seria inatingível”, escreveu Ginzburgo. Os três eram  médicos e tinham treino no diagnóstico através de sintomas, o que vinha a ser o modelo da semiótica médica. As ciências humanas, ao tomar para si o método indiciário, o fazem baseadas na semiótica. Mas não foi assim inicialmente: as ciências naturais e, em seu mimetismo, as humanas, “sacrificaram o elemento individual do conhecimento.” Algumas disciplinas – campos de saber – mantiveram aspectos  semióticos e seu método indiciário e assim seus profissionais: o médico, o filólogo, o historiador. Ginzburgo cita Thomas Huxley para somar outras disciplinas, como a arqueologia, a geologia, a astronomia física e a paleontologia, disciplinas voltadas para o passado, portanto “permeadas pela diacronia” e que não podiam deixar de se voltar para o paradigma indiciário ou divinatório: “quando as causas não são reproduzíveis, só resta inferi-las a partir dos seus efeitos”. (Ginzburgo, 1989: 169)
Huxley chamou de “método de Zadig” esta capacidade de “fazer profecias retrospectivas”, de deduzir o passado por indícios que restaram no presente. Zadig é um personagem de Voltaire, por sua vez baseado em uma tradução italiana de um conto persa do  século XVI sob o título “Peregrinação dos três jovens filhos do rei de Serendip”. Os três jovens da história, interpretando uma série de indícios, descrevem um animal que nunca viram. Na versão de Voltaire, Zadig, um dos jovens, é acusado de ter roubado o animal e ele então explica como conseguiu ler nos traços deixados na areia que se tratava de uma cadela recém-parida, de pisada leve e tetas pendentes etc.
Em 1754, Horace Walpole cunhou o neologismo serendipity para designar as “descobertas imprevistas, feitas ao acaso e à inteligência”, acrescentou Ginzburgo.
Ginzburgo também exemplifica as origens do método com o caçador, que lia nas pegadas tudo sobre o animal que perseguia, e com os videntes, que desenvolveram um saber venatório adivinhando o futuro com base em uma decifração do passado, em conjecturas.
Ginzburg valeu-se desse método para buscar indícios da “história dos que não tem história”, a história dos homens comuns: transformar a realidade em um enigma e duvidar do óbvio.
Faz parte do método indiciário “escovar a história a contrapelo”, ler os testemunhos às avessas, contra as intenções de quem os produziu. GInzburgo assim o fez, em O queijo e os vermes, estudando os registros da Inquisição contra um moleiro acusado de heresia porque filosofava sobre um mundo que seria como um queijo e os homens os seus vermes.
Há um dilema nas ciências humanas, ele escreveu, que é hesitar entre ter um estatuto frágil mas chegar a resultados relevantes ou buscar um estatuto forte (metodologias científicas consagradas) e chegar a resultados de pouca relevância.


[1] GINZBURGO, Carlo. Mitos, emblemas e sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.








[1] RIBEIRO, Rosa. A PNAD COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO PARA O ESTUDO DE SITUAÇÃO DO MENOR NO BRASILhttp://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/outraspub/pnadsemfoco/ribeiro.pdf
[2] HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na Sociologia. Petrópolis: Vozes, 1987.
[3] Valdete Boni e Sílvia Jurema Quaresma. “Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em ciências sociais. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC vol 2 nº 1 (3), janeiro-julho 2005, p 68-80. Em WWW.emtese.ufsc.br
[4] Lina Krafta et alli. O Método da Pesquisa-Ação: um estudo em uma empresa de coleta e análise de dados. Revista Quanti & Quali (WWW.quantiquali.com.br). PPGA/EA/UFRGS. Ver também KRAFTA, Lina. Gestão da informação como base da ação comercial de uma pequena empresa de TI. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: PPGA/EA/UFRGS. 2007. (disponível em
http://www.ea.ufrgs.br/professores/hfreitas/files/orientacao/mestrado/defesa/pdf/44_dissertacao_lina.pdf)

[5] THIOLLENT, M. Pesquisa-Ação nas Organizações. São Paulo: Atlas, 1997.
[6] COULON, Alain. A Escola de Chicago. Campinas: Papirus, 1995.
[7] FREITAS, Wagner Anelli de Paula. Espaço urbano e criminalidade: lições da Escola de Chicago. Editora Método
[8] BOURDIEU, Piere et alli. A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes 1998 (1993)
[9] GINZBURG, Carlo. Raízes de um paradigma indiciário. Em: Mitos, emblemas e sinais. São Paulo: Companhi das Letras, 1989
[10] COELHO, Cláudio Márcio. Raízes do Paradigma Indiciário. Núcleo de Estudos Indiciários – DCSO – CCHN-UFES, Vitória: 2006, capturado da internet.
[11] RODRIGUES, Márcia F. Razão e sensibilidade: reflexões em torno do paradigma
Indiciário. Revista de História da Ufes. Vitória: Universidade Federal do Espírito
Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, n° 17, 2005. 213-221 pp. Capturado da internet.